Desafie este século! Parte [2]

Especialistas ressaltam que os valores não se perdem de uma só vez. Aos poucos, o indivíduo é acometido de uma confusão mental que o leva a uma espécie de "vida dupla". Ele jáo sabe no que acredita, não consegue organizar os pensamentos e não identifica seus próprios conceitos. Sem saber que rumo seguir, a pessoa mantém vínculo com a igreja e com o mundo.
    O maranhense Rafael Santos da Silva, de 20 anos, sabe bem o que é isso. Nascido em berço evangélico, aos 13 anos fez amizade com pessoas que não pautavam a vida na Palavra de Deus e, deslumbrado com as ilusões mundanas, ficou dois anos indefinido. "Eu oscilava entre a igreja e o mundo, mais, aos poucos, a amizade com os ímpios foi prevalecendo até que me desviei completamente", conta. Após esse período, o rapaz se entregou ao pecado. ingressou em um grupo de pagode e afirma que já havia perdido todos os seus valores. "Vislumbrava o sucesso. A minha cabeça mudou radicalmente", enfatiza.
    Em Porto alegre, o jovem Esiel Cabral da silva, de 23 anos, viveu a frustação de mudar o comportamento para adquirir atenção, só que de uma forma mais dolorosa. Foi no campinho de futebol que, aos 12 anos, ele conheceu adolescentes viciados. "Sabia que crente não usa drogas, mas não entendia o porquê. Era tratado com preconceito e ouvia piadas. Então, comecei a ficar quietinho e depois passei a esconder que era crente. Acabei experimentando a droga, gostei e continuei usando", lamenta. Para ele sentir vergonha do evangelho foi o primeiro passo para o fundo do poço.
    Rafael e Esiel tiveram suas vidas transformadas pela misericórdia  de Deus, mais lamentam por terem sofrido para aprender. Eles contam como Deus os salvou. "Tive um sonho: uma grande onda de fogo vinha na minha direção e na de muitas pessoas. Todos começaram a correr, mais percebi que a onda era muito alta e não dava pra fugir. Foi quando, em lágrimas, me entreguei. Acordei assustado e decidido a voltar para Jesus", relata Rafael, que atualmente particpa de um coral na igreja. O jovem revela que o segredo para permanecer de pé é a dedicação à palavra e à oração.
    A experiência de Esiel também foi marcante. Ao andar de bicicleta, o rapaz foi atropelado por um carro e, embora a bicicleta tenha ficado destruída, ele não sofreu um arranhão. Mesmo já desacreditado da existência de Deus, sentiu o milagre e, no mesmo dia, resolveu ir até uma cruzada evangelística. Ele aceitou Jesus e experimentou o poder transformador do Espírito Santo. "Senti um agrande amor que me fez repudiar o pecado. Batizei-me e hoje sou uma nova criatura", afirma. Há cinco anos, Esiel abandonou todos os vícios e está firme nos caminhos do Senhor. Hoje, atua como diácono na igreja.
    A psicológa Valquíria Salinas, membro da AD em Sorocaba (SP), identifica o motivo pelo qual os jovens passam por esses problemas. "Raramente, alguém com uma personalidade cristã bem construída cederá às pressões fora da igreja. Além disso, será respeitado por sua postura", analiza. Ela acredita que se a base religiosa estiver apenas na prática de ir a igreja e no tipo de roupa, não existe formação e o jovem se torna inseguro consigo mesmo, predisposto a imitar maus comportamentos.
    De acordo com o pastor José Gonçalves, líder da AD no Piauí, quando isso acontece, além do reconhecimento do erro, é preciso atuação divina para transformar uma vida. "Tida restauração cristã passa pela porta do arrependimento, da contrição e humilhação. O segredo para a restauração não é camuflar o problema, nem tampouco minimizá-lo mais assumir diante de Deus que falhou e que, agora, está pronto a recomeçar", diz.
    A queda expressa um acidente no percurso da vida cristã e, em momento algum, ela significa o fim da carreira de fé. É o que atesta Jesiel Paulino, da AD rm florianópolis (SC) "permanência no pecado enfraquece e impede o jovem de seguir para o alvo. Mais a confissão e o arrependimento permitem a restauração por meio do sangue de Jesus, da Palavra e do agir do Espírito Santo", esclarece.
    Segundo Robson Vrito, líder da AD em Maringá (PR), todos estão sujeitos a cair, por isso o jovem cristão precisa estar ainda mais atento e sua posição não deve ser apenas de defesa. "Satanás investe alto para conseguir desviá-lo do alvo. Devemos atacar espiritualmente, com santidade, evangelização, serviço e adoração. Sair das quatro paredes, enfrentar o mundo e servir ao próximo", completa, reiterando que muitos estão morrendo porque vivem somente para si. [CONTINUA]...